terça-feira, 31 de julho de 2012

1/3 de algo, sem amor.

O que é se enluarar sozinho.
O que é a chegada sem a espera.
O que é a fala sem a escuta.

No mínimo, algum tipo de iluminação, que não alcançarei nessa vida.
Sei é que, minha vontade é tanta de amar, que a vida escurece se suspeito
me sentir assim pra sempre, sem solução, parte de algo (incompleto),
faz-me sentir menos que metade, (1/3 no máximo) de algo.

Eu sei que Deus é real

A flor está orvalhada. A gota a almeja caridosamente e a aconchega em seu molhar tão docemente, que neste instante se completam, encontrando uma na outra o motivo que procuravam nesta existência. Estão iluminadas. A gota escorrega pela pétala, pois está completamente magnetizada pela terra e neste momento a flor sente a face secar novamente, beirando o oxigênio aquecido de luz que a faz viver. A flor não se derrama por ter se secado, porque enquanto era flor orvalhada apenas era, sem mascarar sobre este fato. A gota a enamorou mas foi-se embora embalada de magnetismo fervoroso pelo chão e enquanto ficou fez que foi a sí mesmo e não se deixou para trás, portanto, uma deixou a outra sem levar, e mesmo sozinhas voltaram a ser o que eram. Uma flor, uma gota. Fez-se que Deus não mentiu em seus ouvidos. Deixou a cada uma o espaço que as pertencia, pois juntas ou separadas fazem parte uma da outra. Fez-se que cada uma se permitiu estar no seu lugar e por mais que a flor ao ventar ainda aparente procurar as gotas da chuva, quando o vento cessa ela se ergue ocupando o seu lugar de flor inabalável, apreciando e colorindo a vista. E é por isso que passam por outras manifestações de várias formas e não se invejam. Por que ninguém lhes mentiu sobre sua forma. Deve ser porque em seu silêncio de flor e gota, escutam Deus falar sobre o segredo de serem na verdade, uma parte da outra.

A revolução toma cerveja?

E o monopólio "televisional" - discutimos no bar segurando um copo de cerveja, o copo mais tradicional possível, aquele que se reconhece de longe
- a ilusão é tão imperceptível. Sei disso quando olho no espelho e sei que acho que aquela sou eu.
Carrego nas costas uma personalidade ambulante, a levo para passear pelos caminhos das sensações, ganhos e perdas e a alimento para que não morra. É necessário que nos confundamos com a imagem no espelho, acredito... Porque se assim não fosse, sentaria em frente ao mar e seria as ondas, sem saber o que sou. A identificação com a personalidade é necessária ao trabalho aqui na Terra.
Sentada num bar me sinto parte de meus amigos em uma mesa. Sou a mesa e os engradados amarelados e cheios de fungos no fundo. Sinto-me grata pela vida microscópica que vive no fundo daquele engradado, me fazendo sentir que a evolução continua sempre. Para aquele ser microscópico. E eu e a minha cerveja? Agonia me dou quando tenho um lampejo de sair fora do "eu" segurando-a. Onde nós jovens, reclamadores da realidade sistêmica, deveríamos estar domingo à 1hr da manhã?

Uma singularidade brotando de outra maior

Imagine a grande Terra, e dela saindo vários seres. Imagine várias células compondo esses seres. Imagine vários átomos compondo essa células. Volte para as células e o ser humano, volte para a Terra, sai da Terra, vá para o sistemas solar até que ele vire um ponto, e vá mais longe até que galaxia vire um ponto. Entende o que quer dizer tudo está em tudo? A realidade é um cone que desabrocha de uma essência única, e nós partes que estão tão longe do início, que perdemos a conciência de que somos parte.
 
Assista Nassin Haramein para mais.