terça-feira, 31 de julho de 2012

Eu sei que Deus é real

A flor está orvalhada. A gota a almeja caridosamente e a aconchega em seu molhar tão docemente, que neste instante se completam, encontrando uma na outra o motivo que procuravam nesta existência. Estão iluminadas. A gota escorrega pela pétala, pois está completamente magnetizada pela terra e neste momento a flor sente a face secar novamente, beirando o oxigênio aquecido de luz que a faz viver. A flor não se derrama por ter se secado, porque enquanto era flor orvalhada apenas era, sem mascarar sobre este fato. A gota a enamorou mas foi-se embora embalada de magnetismo fervoroso pelo chão e enquanto ficou fez que foi a sí mesmo e não se deixou para trás, portanto, uma deixou a outra sem levar, e mesmo sozinhas voltaram a ser o que eram. Uma flor, uma gota. Fez-se que Deus não mentiu em seus ouvidos. Deixou a cada uma o espaço que as pertencia, pois juntas ou separadas fazem parte uma da outra. Fez-se que cada uma se permitiu estar no seu lugar e por mais que a flor ao ventar ainda aparente procurar as gotas da chuva, quando o vento cessa ela se ergue ocupando o seu lugar de flor inabalável, apreciando e colorindo a vista. E é por isso que passam por outras manifestações de várias formas e não se invejam. Por que ninguém lhes mentiu sobre sua forma. Deve ser porque em seu silêncio de flor e gota, escutam Deus falar sobre o segredo de serem na verdade, uma parte da outra.

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