domingo, 29 de dezembro de 2013

Poesia?

Poesia é transmissão do indizível que proporciona a sensação de estar presente
                                                                                         [mesmo que presente na memória]
É tentativa falha de desorganizar a razão, descoisando as palavras por meio de misturamentos das mesmas.
O poeta é um bonde, que quer levar alguém a passear por um lugar de percepção;
A poesia é uma máquina do tempo. Tempo é uma poesia sobre o espaço.

A realidade é uma neblina.

A realidade é uma fina camada de neblina
Que vaga solene em uma noite escura e fria
Ela paira no ar aguardando uma consciência desperta
Que com coragem a modele, a defina.

Existe o amor

Existe o amor.
O resto tem a importância criada.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Não fossem as estrelas

Não fossem as estrelas
A gravidade não seria tão forte
Não me sentiria tão incomodada
Com o peso de cada corpo
Não fossem as estrelas flutuarem acima da minha cabeça.
Não fosse o Universo comportar mais estrelas do que posso ver
Não me incomodaria tanto
Ter dois olhos que veem apenas o que há na frente
Não me incomodaria tanto os postes iluminarem tanto
Se uma noite não tivesse que ser tão escura
Se as estrelas não se revelassem conforme a escuridão da noite.
Nem sonho algum seria tão sonho
Se não fossem as estrelas sonhos.
Nem tão perto existiria
Se elas não estivessem tão longe.
Nem tão triste seria
A noite nublada, mais do que o dia
Não fossem as estrelas o mais longe que se pode chegar
Nem tanta vontade eu teria de continuar.
Nem tão Terráquea seria a Terra
Nem tão humana eu seria
Nem tão triste eu acharia a dor de ser imperfeita
Não fossem os Deuses que habitam as estrelas.
 

sábado, 7 de dezembro de 2013

Saboreio o nada

Quero momentos o mais intensos o possível,
Mas tão no agora eu os quero
Que quando acabem
nada reste
e o nada também eu saboreei tanto quanto.
 

Como artista e como pessoa

Como pessoa tenho o direito de aceitar tudo em compreensão para ter a mente sã.
Como artista tenho direito de adoecer de indignação em transformar humanices em fortes expressões de realidade.

Escolha por vida

Eis que escolho me vestir de vida
Saltitante de idas e vindas
Eis que escolho deixar meu peito a mercê
De dores pra sentir seus aliviamentos
De estímulos da terra e
Desestímulos do céu.

Eis que escolho o desacostume dos meus olhos
O susto, o espanto, o grito
O fundo e o ápice...
Que meu corpo não segura nenhum estímulo sonoro
E os olhos não seguram nenhuma água
Porque escolhi a vida e tudo que com ela vem de graça.

Que cortei todo o direito a indiferença.
Que vejo através da impressão.

Eis que escolhi me vestir de vida
Que não julgo nada por desnecessário
Que meu coração é viagem sem volta
De amor por tudo que ela possa me proporcionar
Porque a vida é movimento
Inclusive é cultivar a morte.

Eis que escolhi viver em amor comigo
E que isto significa me dar liberdade
Pra viver tudo é preciso,
E tudo que se vive é preciso.